MG-050: traficantes criam ‘engenhoca’ para esconder cocaína avaliada em R$ 1 milhão
A droga, avaliada em quase R$ 1 milhão, estava escondida dentro do painel – Foto Pedro Faria/Hoje em Dia
Uma “gambiarra” chamou a atenção de policiais durante a prisão de um homem que transportava mais de 20kg de pasta base de cocaína no último sábado 18/3, na MG-050 em Itaúna. A droga, avaliada em quase R$ 1 milhão, estava escondida dentro do painel de um Fiat Mobi, que precisava de uma sequência de movimentos, com a ajuda dos vidros, para ser liberada.
O condutor do veículo, um homem de 32 anos, mostrou como o dispositivo era ativado. Nesta terça-feira (21), o delegado Rodolfo Tadeu Machado, responsável pela investigação, apresentou o equipamento criados para enganar outros policiais.
“Ao ser abordado, o próprio suspeito mostrou como a engenhoca funciona para evitar que o painel fosse quebrado. Esse dispositivo não é incomum, mas nesse caso a gente achou que era muito bem feito, em um veiculo que não chama nenhuma atenção. O funcionamento depende de uma coordenação de chave de ignição com os vidros”, explicou o delegado.
Investigação
Para chegar no suspeito, os policiais investigaram a quadrilha por quase seis meses. A prisão foi feita em um pedágio da MG-050, próximo a Itaúna.
“Esse pessoal usava a MG-050 para evitar a fiscalização da BR-381. Fizemos um levantamento e identificamos as mulas utilizadas. Durante esse período, ele pode ter feito várias outras viagens .Os dados ficaram mais concretos e conseguimos abordar esse Mobi em Itauna”, explicou.
O homem preso não levantava suspeitas, segundo a polícia – Foto Pedro Faria/Hoje em Dia
As investigações começaram após a Polícia Civil acompanhar as rotas utilizadas pelos traficantes para a chegada de drogas na região metropolitana de BH.
O homem preso não levantava suspeitas, segundo a polícia. Ele mora no interior de São Paulo e é sócio de uma empresa de transportes de caminhão.
“É um trabalhador. Possui características para esse tipo de trabalho, era motorista de caminhão. Durante as entrevistas, ele disse que estava em um momento de dificuldade financeira, teve um filho recentemente e a organização utilizou isso para convencê-lo a fazer esse transporte. Em uma abordagem convencional a equipe de policiais não faria uma busca detalhada nele. Ele não tem histórico policial e o veículo é limpo. Foi tudo planejado”, disse.
