Foi “brincadeira”, diz homem, preso, que agrediu Djalma
Ao prestar depoimento à polícia, o suspeito de agredir Djalma, conhecido andarilho de Itaúna, disse que estava sob o efeito de drogas e que tudo teria acontecido com o consentimento da vítima, em uma “brincadeira”. O indivíduo de 44 anos, que reside em Pará de Minas, foi preso preventivamente na tarde de quinta-feira (21). Ele tem antecedentes por furto e violência doméstica e poderá responder pelos crimes de tortura e racismo. Outro homem de 32, que gravou as imagens, em frente a um bar na região da Lagoinha, no Centro de Itaúna, também foi intimado a prestar esclarecimentos. Ele alegou à Polícia Civil não conhecer os envolvidos e que teria registrado a cena a pedido do suspeito, para postar nas redes sociais.
O vídeo, de acordo com a 7ª RPM, foi gravado em 10 de novembro e viralizou nas redes sociais na quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra. O caso ganhou ampla repercussão nas redes sociais após a divulgação. Na gravação, feita por uma pessoa que estava no local, o suspeito aparece oferecendo R$ 10 em dinheiro à Djalma, que é dependente químico, para agredi-lo. Em seguida, ele atinge a vítima com um cinto por três vezes.
Segundo a Polícia Civil, assim que tomou conhecimento dos fatos, as investigações foram iniciadas, identificando a vítima, o suspeito e o responsável pela filmagem. Após ser localizado pela Polícia Militar, o investigado foi conduzido à delegacia de Polícia Civil.
“Desde as primeiras horas do dia, trabalhamos nesse caso para identificar os envolvidos. Fizemos o levantamento do suspeito e, após ele ser identificado, foi feita a representação no Poder Judiciário. Solicitamos o mandado de prisão preventiva, que foi emitido e cumprido”, afirma o delegado Leonardo Pio.
Durante declarações, o suspeito alegou que o vídeo foi gravado há 15 dias. O acusado foi encaminhado ao sistema prisional e permanece à disposição da Justiça.
“Tanto ele quanto o responsável pela filmagem estão sendo investigados pelos crimes de racismo e tortura”, afirma a PCMG.
COMOÇÃO SOCIAL O delegado Flávio Tadeu Destro, chefe do 7º Departamento de Polícia Civil, destacou o impacto do caso e a necessidade de punição.