Gerais

Hospitais ganham fôlego com ajuda da indústria mineira

FIEMG articula empréstimo de 2 mil cilindros de oxigênio

As principais indústrias mineiras se unem, em uma corrente solidária em favor da vida, para emprestar dois mil cilindros para o envaze de oxigênio medicinal que será distribuído para a rede pública de saúde. Os cilindros estão sendo entregues para distribuição de acordo com as orientações da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Minas Gerais. A iniciativa liderada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) vem ao encontro da crescente demanda por tanques para o armazenamento de oxigênio medicinal, insumo essencial para pacientes em estado grave da Covid-19 e outras doenças que provocam insuficiência respiratória.

“Nossa meta inicial era arrecadar mil equipamentos, porém, graças à solidariedade do empresariado mineiro, que quer ajudar a amenizar o sofrimento daqueles que precisam do oxigênio, nós conseguimos dobrar esse número e mapeamos que será possível fornecer um total de dois mil cilindros de oxigênio. Uma quantidade que vai além da necessária para o atendimento imediato e ainda proporciona uma tranquilidade quanto ao abastecimento deste insumo”, conta Flávio Roscoe, presidente da FIEMG.

No primeiro momento, a FIEMG, por meio do SENAI-MG, fez uma averiguação interna em suas unidades para localizar cilindros próprios que pudessem ser emprestados para os hospitais e unidades de saúde. Até o dia 31 de março, foram coletados 46 cilindros em unidades do SENAI-MG. A mobilização se estendeu a toda a indústria mineira que está disponibilizando por empréstimo recipientes usados para armazenamento de outros gases, que serão convertidos para o uso do oxigênio medicinal.

Santa Casa de Belo Horizonte
Para aliviar a demanda na capital mineira, a FIEMG já recolheu e repassou à Santa Casa de Belo Horizonte, 18 cilindros para serem reabastecidos e que já estão sendo usados no tratamento dos pacientes com quadros respiratórios.

De acordo com diretor Técnico da Santa Casa, Guilherme Gonçalves Riccio, os cilindros são fundamentais, devido ao aumento da necessidade do uso de oxigênio e ausência de gases encanados em todos os leitos da Instituição. Um paciente que precisa utilizar o cilindro de oxigênio por 24h consome, em média, até três recipientes com capacidade de 10m³. “O nosso consumo de oxigênio em média, em fevereiro deste ano foi de 116m³, já em março chegamos 202m³, um aumento no consumo de cerca 74%”, conta Riccio.

Diante do atual cenário, a demanda por oxigênio deve se manter em alta, tendo em vista que grande parte das internações demandam o gás medicinal. “Dos 330 pacientes internados no dia 30 de março com Covid-19, a grande maioria demanda a oxigenioterapia”, lembrou Riccio.

Segundo o diretor, a mobilização da sociedade tem ajudado a amenizar as dificuldades. “Nós já recebemos uma quantidade de cilindros que nos permite atender esses pacientes com mais segurança, porém ainda necessitamos de um tipo específico, que chamamos de cilindro de transporte, que é usado durante a movimentação destes pacientes de uma unidade a outra, para realização de exames, entre outros. Agradecemos imensamente aos que abraçam a nossa causa e acreditam em nosso trabalho, sem sombra de dúvidas o nosso cenário em relação à dificuldade ao armazenamento de oxigênio, hoje é mais positivo quando comparamos com a semana anterior”, destacou a gestora da Santa Casa de Belo Horizonte.

Esta é mais uma das ações da FIEMG em favor da sociedade mineira no enfrentamento da Covid-19. No último dia 22, a Federação entregou ao governo estadual mais 100 respiradores mecânicos, totalizando um reforço de 1.700 equipamentos para a rede de saúde que atende pacientes infectados com o novo coronavírus. Além dos equipamentos, a FIEMG já doou milhares de máscaras, jalecos, álcool glicerinado e ainda tem atuado junto ao Poder Público para mitigar os efeitos da pandemia na vida da população.

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