Família é feita refém no Jadir Marinho por motivo de herança
Seis pessoas da mesma família foram mantidas reféns por cerca de quatro hora em uma residência no Bairro Jadir Marinho na noite de terça-feira, 25/05. Por volta das 20h25, a Polícia Militar foi chamada. No local, o parente das vítimas, de 45 anos, estava com um facão e manteve a sua família – tias e primos- em cárcere privado, dentre as elas uma criança de 07 anos e sua mãe.
O local foi isolado e a PM deu início a tentativa de negociação com o homem. Uma equipe do BOPE foi chamada e deu prosseguimento na operação.
Durante a madrugada, o autor se rendeu, sendo preso e levado até a Delegacia de Itaúna. O homem é ex-interno do sistema prisional, e foi recém libertado do cárcere no começo do mês de maio e tem diversas prisões e passagens por roubo, receptação, tentativa de homicídio e furto. Ele foi encaminhado ao presídio de Bom Despacho
As vítimas não estavam feridas e foram socorridas com apoio de equipe do Corpo de Bombeiros Militares, devido a seus estados emocionais. A criança de sete anos e a mãe dela foram socorridas pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Manoel Gonçalves. A mulher recebeu diagnóstico de estresse pós-traumático, e permanece sob cuidados médicos.
Uma herança deixada pelos seus pais e devido a demora na repartição dos bens, teria desencadeado o ato de violência contra a família. O agressor achava que familiares estariam negando o acesso aos bens. Mais cedo, ele já havia os ameaçado pelo mesmo motivo, contudo não havia sido localizado pelos militares.
Militares recolheram as duas facas usadas no crime, e o pedaço de madeira – que, segundo o BO, é o pé de uma cama. Mesmo após ter sido detido, o homem disse que pretende matar os familiares com armas de fogo quando sair da cadeia.
O Delegado Leonardo Pio afirmou que o homem já vinha ameaçando membros da família e que no início da noite ele foi até a casa, os manteve reféns e ameaçou matar a criança
Como aconteceu
“O sequestro começou às 20h30, mas, às 17h nós registramos uma outra ocorrência ligada ao suspeito. Naquela hora, ele teria proferido ameaças contra familiares, e fugiu antes da chegada da polícia. Às 20h30 ele retornou para a residência, e trancou seis familiares. Um parente, do lado de fora do imóvel, conseguiu acionar a Polícia Militar, e começaram as negociações”, esclarece a capitão Layla Brunella, porta-voz da Polícia Militar (PM).
Depois de chegaram ao endereço, militares passaram a observar os movimentos do suspeito pelas janelas do imóvel. Com uma das mãos ele segurava a faca, e com outra mantinha-se agarrado à criança de sete anos, que é um primo dele. Com as pernas, ele agarrava a mãe do menino. Após horas de conversa, o suspeito não se decidia por libertar os reféns. Ele, aliás, ameaçou incendiar a residência e os moradores que ali estavam.
“Como o humor do autor estava oscilando muito, e, ao mesmo tempo que ele parecia se acalmar, ele proferia mais ameaças, inclusive de atear fogo nas pessoas que estavam no interior do imóvel, os militares de Itaúna optaram por acionar o Bope”, pormenoriza a capitão Layla Brunella. A negociação com os policiais do Bope estendeu-se pelo início da madrugada de quarta-feira (26). “Às 1h10 ele decidiu se entregar, e liberou os reféns”, completa.
“Segundo familiares, existe um processo de inventário na Justiça e o autor, por desconhecer os trâmites, entendeu que a demora era muito grande e que os parentes o estavam enganando, impedindo que ele acessasse valores e bens. Porém, o processo está na justiça. Por não aceitar essa situação, ele começou a proferir essas ameaças contra os parentes”, detalhou a porta-voz da Polícia Militar.
G1 Centro Oeste