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Hospital paga médicos do plantão 24 Horas e greve é descartada

O pronunciamento do Dr. Alessandro Bao Travizani na reunião da Câmara da semana passada repercutiu muito. Afinal, havia uma ameaça real de greve e talvez a demissão coletiva da maioria dos médicos do Plantão 24 Horas no Hospital “Manoel Gonçalves”.
O próprio Dr. Alessandro sugeriu a convocação do Secretário de Saúde e do provedor do Hospital para uma reunião com os vereadores, para um confronto de explicações sobre o atraso salarial dos médicos desde janeiro deste ano.

A reunião aconteceu já na terça-feira desta semana, com a presença do Secretário Municipal de Saúde, Fernando Meira; Dr. Augusto Machado, provedor do Hospital; Belmiro, diretor administrativo do Hospital e o Dr. Alessandro Bao.
Na reunião, o Dr. Augusto, que já foi provedor do Hospital, fez um breve relato da situação, dizendo que a instituição era muto rica quando de sua criação, com muitos imóveis e ações. Este patrimônio foi sendo dilapidado ao longos dos anos, pois o Hospital era filantrópico e deficitário.
Dr. Augusto falou que trabalhou 45 anos como médico do Hospital e durante 35 anos foi plantonista voluntário dia sim, dia não e que durante todos estes anos nunca presenciou o sistema financeiro sanado.
Ressaltou que, com a criação do SUS, caminhando para a municipalização da saúde e com tabela do SUS sendo irrisória e há 14 anos sem reajuste, o Hospital tem, hoje, um déficit mensal de R$ 450 mil, pois a renda vem com a produção de serviços. Dr. Augusto ainda salientou que a Prefeitura está em dia com o Hospital e, como o sistema é interligado, muitas pessoas atendidas no Plantão são internadas, operadas ou até usam o CTI. Estas despesas ficam por conta do Hospital. Citou como exemplo o CTI, que recebe do governo federal R$ 600 reais e o custo é de R$ 1.600,00 e que se não fosse a ajuda de empresários, o Hospital não teria sobrevivido durante a pandemia.
O Secretário Fernando Meira destacou que o aporte mensal da Prefeitura para o Plantão24 horas é, atualmente, de R$ 1 milhão, 352 reais e que o cálculo do valor inicial das parcelas estipuladas em convênio quando o Plantão passou para o Hospital foi calculado de acordo com o que a Prefeitura gastava antes com a manutenção do mesmo, que é obrigação do município.

Boas notícias
O Secretário Meira disse, ainda, que a Prefeitura vai enviar um projeto para a Câmara, objetivando subvenção durante três meses de R$ 450 mil, prorrogáveis por mais três meses, para o Hospital avançar e poder respirar. O vereador e Presidente do Legislativo anunciou que a Câmara vai contribuir, também, com R$ 100 mil durantes os mesmos meses.
Por intermediação do Secretário Meira, o Estado liberou um recurso que estava represado para o Hospital, o que possibilitou o pagamento dos dois meses de atraso com médicos e fornecedores já na quarta-feira.

Sugestões
Fernando Meira ainda destacou que o Hospital e a Prefeitura não estão parados, existindo ações em andamento para que o Hospital possa caminhar com as próprias pernas. Ele elogiou o troco solidário realizado pelas Casas Rena e falou que o supermercado está arcando com a reforma do Banco de Leite.
Dr. Augusto lembrou as emendas parlamentares de deputados que ajudam muito a instituição e o vereador Gustavo Dornas salientou o nome do Deputado Gustavo Mitre que já destinou cerca de R$ 3 milhões.
Também foi comentada a economia de R$ 100 mil que será feita coma implantação da energia fotovoltaica no Hospital, cujo projeto já está na Cemig.
O vereador Tidinho sugeriu que o troco solidário fosse estendido para outros comércios e o vereador Leo Alves falou da criação de um Pix solidário. O Secretário Fernando Meira ainda sugeriu a participação da Universidade de Itaúna transformando o Hospital/Escola, com a prática também de estudantes de Medicina. Outra sugestão foi a maior participação com recursos das cidades vizinhas que têm o Hospital Manoel Gonçalves como referência e que usam os seus serviços.

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