Gerais

Escola e professor se pronunciam sobre áudio divulgado nas redes sociais

A Escola Estadual São Geraldo emitiu uma nota nesta quarta-feira 29/6, sobre o áudio de um professor discutindo com os alunos, que foi divulgado nas redes sociais na segunda-feira 27/6. No áudio aparentemente gravado por alunos, ele estava chamando a atenção dos estudantes do 9º ano.

“Toda aula é isso, essa falta de educação” e reclama da dificuldade de conseguir dar aula.

Escola Estadual por meio de nota, afirma que desaprova as atitudes do professor Luiz Antônio Rocha Mascarenhas, que quando, no limite da sua paciência, trata os alunos da turma do 9º ano 2, pais e/ou responsáveis de forma deselegante e desrespeitosa. A nota diz ainda que medidas administrativas já foram tomadas e que o mesmo se encontra afastado das suas funções.

Esclarece ainda que a punição aplicada pela diretora à turma, tem caráter pedagógico e foi dada com o intuito de responsabilizar os alunos pela indisciplina. A aluna que gravou os áudios também será responsabilizada moralmente e terá sua punição atribuída de acordo com a gravidade da ocorrência.

Em contato com o Professor Luiz Antonio Rocha Mascarenhas, ele disse que infelizmente, saiu da postura de educador

“passei a esbravejar e disse que eles não tinham o menor senso de educação. Disse que seus pais não lhes deram educação, por isso agiam daquela forma…Reconheço a infeliz colocação”

Nota da Escola

A Escola Estadual “Do Bairro São Geraldo” vem por meio desta se posicionar a respeito dos áudios que circulam nas mídias sociais sobre a conduta do professor Luiz Antônio Rocha Mascarenhas quando, no limite da sua paciência, trata os alunos
da turma do 9º ano 2, pais e/ou responsáveis de forma deselegante e desrespeitosa.

A Escola desaprova as atitudes do professor e esclarece que, medidas administrativas já foram tomadas e que o mesmo se encontra afastado das suas funções;

Esclarece ainda que a punição aplicada pela diretora à turma, tem caráter pedagógico e foi dada com o intuito de responsabilizar os alunos pela indisciplina. A aluna que gravou os áudios também será responsabilizada moralmente e terá sua punição atribuída de acordo com a gravidade da ocorrência.

O regime disciplinar utilizado pela escola é amparado pelo Art. 132 do Regimento Escolar e aprovado pelo Colegiado. O regime disciplinar do magistério é aplicado conforme Arts. 171, 172, 173 e 174 da LEI 7109 DE 13/10/1977.

Carta escrita pelo Professor

Chegou ao meu conhecimento uma gravação de áudio não autorizada por mim, feita através de um celular de algum aluno não identificado, que foi realizada no quinto horário do turno matutino. Esta mesma gravação circula pelas mídias da cidade, procurando assim denegrir a minha imagem como professor.

            Neste trecho da gravação (pois não foi gravado os momentos anteriores ou posteriores a ele e com certeza de propósito), eu, Prof. Luiz Mascarenhas, exaltei-me por demais, utilizando um tom de voz muito elevado e proferi palavras que – de certo modo – ofenderam aos pais dos alunos da turma em questão. Aqui, reconheço de público meus eventuais exageros ao agir desta forma e através desta, portanto, peço desculpas pelo ocorrido, como homem e profissional que sou, comprometo-me a não mais agir desta maneira.

            Contudo, venho, apresentar uma argumentação sincera e segura – não buscando justificar os meus arroubos linguísticos – de que sempre cultivei bons relacionamentos com os meus alunos, colegas de trabalho e todos os serviçais da escola; inclusive, convido a quem quiser, ouvir os alunos de outras turmas da mesma referida escola; que poderão dar seu depoimento sobre mim para quem quer que seja.

            Infelizmente, sou apenas um ser humano. Como profissional da Educação, já atuei e atuo em outra escola estadual da cidade, que também pode atestar meu profissionalismo. Também, por sete anos, fui diretor de outro estabelecimento de ensino público do Estado em nosso município.

            Fato é que, por diversas vezes, muitas, já perdi a paciência e esbravejei com a turma em questão, justamente devido ao alto grau de indisciplina, desrespeito, desdém, zombaria insuportáveis e muito além dos níveis aceitáveis para qualquer ser humano; educador ou não. Nesta manhã, entrei na turma, pontualmente às 10h40, como de praxe. E como sempre faço, os cumprimentei e pedi, educadamente, que voltassem para seus lugares para iniciar a aula. Nada aconteceu; continuaram diversos alunos de pé, fora de seus lugares, conversando entre si em alta voz, utilizando-se do celular para mensagens e conversas; como se ninguém estivesse ali. Repeti o mesmo pedido,para que retornassem aos seus lugares para iniciar a aula;  uma, duas, três, quatro vezes e nada…Era como se eu não existisse ali. Foi neste momento, que, infelizmente, sai da postura de educador e passei a esbravejar e disse que eles não tinham o menor senso de educação. Disse que seus pais não lhes deram educação, por isso agiam daquela forma… Reconheço a infeliz colocação. E ressalto que todos os empregos, trabalhos e funções; todos e qualquer um são dignos. Infeliz palavras! Tanto que trato a todos os serviçais da escola com o maior respeito e urbanidade, basta conversar os mesmos. Mas…o que fazer diante de tamanho desrespeito, balbúrdia e bagunça? Sou um professor, tenho minhas responsabilidades, estou ali para lhes dar aula, lhes passar Conhecimento e não perder tempo com xingamentos acerbados.

            Foi neste momento, que a diretora da Escola, Viviane, entrou na sala  e com sua autoridade lhes impôs um castigo, pois como a própria falou e foi também foi gravado, as reclamações sobre aquela turma são diuturnas: todos os professores passam pelas mesmas dificuldades e agressões morais.

            Não estou ali naquela turma para lhes chamar a atenção. Não estou ali para ser desrespeitado em minha integridade moral, ao ser totalmente ignorado pela turma. É ultrajante. É muita humilhação para um professor já maduro, não poder dar sua aula, sua presença ser totalmente ignorada e alvo risos e olhares jocosos e de desprezo. Infelizmente, o tratamento ali por mim recebido foi e é ultrajante- tanto como um homem mais velho, quanto como um professor, um profissional da Educação.

            Estou saindo de uma enfermidade grave: estava acometido da Covid 19 e vinha de onze  dias de afastamento médico. Assim, ainda com muitas sequelas do quadro da Covid, com diversos problemas respiratórios e emocionais, vim para a escola cumprir meu papel como Educador…e nesta turma, somente nesta turma, sou recebido com desrespeitos, desdém e zombarias. Sei que não justifica minhas palavras ofensivas aos pais; mas se há de convir que é desafiador por demais para um profissional de qualquer área, para um professor, para um ser humano que, como todos os outros, atravessou uma pandemia e sofremos todos com o nosso emocional seriamente abalado. Ainda soma-se a isso, o fato de ter perdido meus genitores – meus queridos pais, de quem – como filho único-  cuidei durante toda a minha vida, há cerca de um ano e estar vivenciando meu luto. Enfim, houve um eventual exagero? Sim, houve.  Contudo, seria desumano querer que minha pessoa, diante de todo esse quadro, mantivesse impávido e ileso em minha postura: reconheço que  tenho meus limites e infelizmente neste episódio que dele me arrependo, apenas agi como o ser humano frágil e cansado que sou.

            Reitero o eventual exagero e  peço desculpas a quem se sentiu ofendido ante minhas palavras, passando  a me policiar mais em atitudes e palavras.

            Até quando, nós, professores, seremos vítimas e alvo dessa pesada violência moral ultrajante e que dela ninguém toma uma providência séria, objetiva e eficaz? Este professor quer apenas poder desempenhar em paz a sua missão de ensinar, com amor, dedicação, seriedade e competência.

            Sigamos em paz nosso caminho e que Deus cuide de todos e de cada um.

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