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Ex-treinadores do jogador itaunense John Kennedy relembram perfil do jogador desde a infância

G1 Centro-Oeste

Autor do gol que deu ao Fluminense o título inédito da Libertadores da América, John Kennedy tem sido destinado à glória desde quando começou a jogar futebol no Centro-Oeste de Minas. E ele sabe que tem o poder de decisão. Antes da final, o atacante enviou um áudio dizendo: “Gol da final é meu, vou virar ídolo”.

Jogador de decisão

Nelson Júnior, um dos treinadores que mais trabalhou com John Kennedy durante os anos de base na cidade natal do atleta, relembra como ele fazia de tudo para vencer.

– Ele era um atacante diferente. Chutava de esquerda, de direita, marcava de cabeça, era muito veloz. Ele era um menino que não sentia jogo. Tinha um ímpeto muito grande de vencer, corria muito. Ele era diferenciado nesses aspectos. Desde novinho, a gente já via que ele era um jogador de decisão. Sempre em grandes jogos da nossa equipe ele aparecia e crescia – recorda o treinador.

John Kennedy treinou com Nelson de 2009 a 2016 em um projeto social do Clube Tropical, de Itaúna. Amigo da família, os laços se estreitaram ainda mais com o passar dos anos e o treinador ainda segue acompanhando atacante de perto.

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John Kennedy na escolinha de futsal do um clube de Itaúna — Foto: Arquivo pessoal

John Kennedy na escolinha de futsal do um clube de Itaúna — Foto: Arquivo pessoal

Na semana passada, o atacante que viria a ser o herói da conquista da Libertadores surpreendeu o treinador e amigo com um ingresso para assistir à final diretamente do estádio.

– Eu estava na barbearia e chegou a mensagem: Chefe, tem ingresso aqui para a final da Libertadores. Topa?”. Eu estava sentado na cadeira e pensei “Não estou lendo isso, não”. Fiquei impressionado. Ele tinha mandado ingresso para a semifinal contra o Inter, então eu já tinha ido ao Maracanã. Para a final, achei que ele não mandaria porque são ingressos mais concorridos para muita gente. Então quando ele mandou, eu fiquei em êxtase. Foi muito emocionante ter sido lembrado para esse jogo – contou Nelson.

Nelson Júnior antes da partida entre Fluminese x Boca Juniors — Foto: Arquivo pessoal

Nelson Júnior antes da partida entre Fluminese x Boca Juniors — Foto: Arquivo pessoal

Sentando logo atrás do banco de reservas do Flu, Nelson viu Fernando Diniz “profetizar” o gol, John Kennedy entrar em campo e marcar um golaço histórico no primeiro tempo da prorrogação.

– Eu não consigo mensurar. Eu me emociono. Saber de tudo que a gente viveu e tudo o que aconteceu na história do John aqui na cidade. Ver ele entrar no jogo, ver ele fazer o gol… Eu estava bem atrás do banco quando o Diniz falou com ele que ele ia fazer o gol do título.

“Quando ele fez o gol, eu chorei mais de uma hora depois. Eu só chorava. Não conseguia falar nada, fazer nada, não conseguia responder as mensagens que os amigos estavam mandando. Foi um dos melhores dias da minha vida”.

Nelson Júnior com John Kennedy após vitória do Fluminense contra o Internacional no Macanã — Foto: Arquivo pessoal

Nelson Júnior com John Kennedy após vitória do Fluminense contra o Internacional no Macanã — Foto: Arquivo pessoal

“Era diferenciado”

Os acontecimentos de sábado também são motivos de orgulho para Edson Rodrigues, que treinou o atacante na Escolinha JK e no Núcleo Municipal Graças.

– Desde cedo já dava para ver que ele era diferenciado. Ele tinha o gênio meio forte, mas era muito fora da média comparado aos outros. Ele tem muita amizade e continua vindo aqui (em Itaúna). Ele costuma ir lá na escolinha onde eu trabalho. Lembrar de tudo que a gente viu quando ele era pequeno e ver hoje o que ele está fazendo muito importante até mesmo para a cidade – declara Edson.

John Kennedy (camisa 10) com alunos da escolinha de futsal em Itaúna (MG) — Foto: Arquivo pessoal

John Kennedy (camisa 10) com alunos da escolinha de futsal em Itaúna (MG) — Foto: Arquivo pessoal

O autor do gol mais importante da história do Tricolor Carioca passou por diversos campos da cidade. Antes de chegar aos treinos com Nelson e Edson, ele também participou de um projeto social com o professor Fabiano de Jesus e jogou futsal com Gilber Ramos, na escolinha Chute Certo.

Sonho de muitos

Segundo Edson Rodrigues, o gol marcado pelo atacante foi a realização dos sonhos de torcedores do Fluminense e também de todos os que incentivaram e tiveram algum papel na transformação do menino de Itaúna em um jogador de futebol.

“Eu estava vendo o Pedro Bial falar que aquele era o gol dos sonhos dele. Que o pai não pôde ver, que o tio não pôde ver, mas ele viu. Então a gente fica muito satisfeito. Esse gol foi o gol do sonhos de muita gente”.

– Sabemos de onde ele veio, de uma família muito simples. O futuro dele vai ser muito bom. Já está rendendo muitos frutos. Os pais, os avós, os tios são um pessoal muito humilde, então isso deixa a gente muito feliz – finalizou.

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